"Entre o grês e o Gneiss apparecem,
em Conceição de Ibitipoca, ao sopé da serra, micaschistos,
cujas camadas têm a direção leste-oéste e são
levantadas para o norte. Nesse micaschisto ha em varios logares, fendas
dirigidas mais ou menos no sentido norte-sul, direccão que é
approximadamente a mesma das galerias das furnas. ". . . "
Álvaro da Silveira,
1922
RESUMO
- Na região de Santa Rita do Ibitipoca -
Lima Duarte, no sul do Estado de Minas Gerais, afloram rochas metassedimentares
proterozóicas, predominantemente, do Grupo Andrelândia.
Essas rochas sofreram uma história de deformação complexa,
que produziram padrões de interferência, registrados em três
fases deformacionais: D1, D2 e D3.
- Duas unidades tectono-estratigráficas
distintas são reconhecidas, separadas por falhamento de empurrão
que dividem o Grupo Andrelândia em uma porção superior
alóctone e outra inferior autóctone.
- Dados de campo e estruturais sugerem que os sedimentos
que preencheram a bacia proterozóica foram metamorfizadas na fácies
anfibolito, e deformada em regime tectônico compressivo, resultando
na evolução tipo "nappe" de dobra,
e desenvolvimento de zonas de cisalhamento no contato da unidade autóctone
e alóctone.
- O movimento tectônico principal
foi dirigido de SSE para NNW.
ABSTRACT
- In the Santa Rita de Ibitipoca - Lima Duarte
region, south of Minas Gerais State, the Proterozoic metasedimentary rocks
of the Andrelândia Group. Suffered a complex deformational history,
resulting in interference patterns of folding, produced by three deformational
phases, D1, D2 and D3.
- Two distinct tectono - stratigraphic units
are recognized, which are separated by a thrust fault and so dividing the
area into na autochtonous part and na allochtonous one. Field and structural
data suggest that Proterozoic sediments were metamorphosed under high -
grade conditions and deformed compressive tectonic regime.
- The result was the evolution of "nappe"
- type folding and development of shear zones at the contact between autochtonous
and allochtonous units. The direction of tectonic movement was SSE to NNW.
A área de Ibitipoca sofreu um tectônica
com características polideformacionais, que gerou, em diferentes
escalas, estruturas planares e lineares com várias orientações
e formas. Devido ao grau metamórfico elevado na área (fácies
anfibolito médio a alto), com seu apogeu durante D2, houve um mascaramento
ou até transposição das estruturas D1. A seguir, são
resumidos os principais dados estruturais:
- ÚLTIMA FASE DEFORMACIONAL (D3)
A última fase deformacional D3, está
representada principalmente por dobramentos abertos, e ondulações,
que dobram uma xistosidade pré-existente definida como S2. Essa
fase deformacional não possui grande intensidade, e não formou
estruturas lineares e planares marcantes.
Ela apresenta variação, ora para
norte, ora para sul, no caimento de eixos de dobras. Isto pode representar
um dobramento tipo cônico ou não coaxial. Nas porções
mais micáceas da seqüência ocorrem crenulações
assimétricas com caimentos de eixos para SE.
As dobras macroscópicas D3 definidas
na área são: sinforme assimétrico com plano axial
mergulhando para SSE e eixo com caimento para SSW, que junto com uma dobra
macroscópica D2, constitui o arcabouço tectônico da
área; sinformes e antiformes métricos ; suaves dobras e ondulações
macroscópicas atribuídas a D3 foram mapeadas ao sul da Serra
do Ibitipoca. Neste local, o quartzito grosso mostra bem os efeitos desta
fase na forma de pequenas ondulações de So, que é
sub-paralelo a S1 e S2.
Dobramentos na escala mesoscópica
foram observados em vários pontos na área, mostrando freqüentemente
uma grande abertura de flancos, com direção da superfície
axial NNE-NNW, com mergulhos sub-verticais para E ou W.
As lineações definidas como
L3, são predominantemente de crenulação e mineral,
e mostram orientação do seu caimento para SSW.
Pequenas zonas de cisalhamento rúptil-dúctil
verticais a sub-verticais e dobras de arrasto associadas a movimentos dextrais,
encontrados em quartzito grosso da Serra do Ibitipoca, podem estar relacionados
a esta fase deformacional.
- PENÚLTIMA FASE DEFORMACIONAL D2
A penúltima fase deformacional D2 está
relacionada ao auge do metamorfismo e constitui a deformação
principal da área. Afetou as unidades alóctone e autóctone
do Grupo Andrelândia, bem como o embasamento.
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As principais dobras na escala de mapa
e empurrões estudados, bem como a formação de foliação
penetrativa, lineações minerais e/ou estiramento, são
resultantes desta fase.
Na Serra do Ibitipoca aflora uma dobra hectométrica
recumbente que, na escala regional, encaixa no flanco curto de
um megadobramento assimétrico (em Z, olhando ao longo do eixo, que
tem caimento para SW). Associado aos eixos de dobras menores parasíticas
da estrutura maior ocorre lineação mineral com caimento suave
e freqüente para SW.
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As dobras em escala mesoscópica
são facilmente reconhecíveis pela freqüência de
dobras assimétricas, e pelo caimento de eixos para S ou SSE. Freqüentemente
apresentam um fechamento de flancos apertados, e o espessamento apical
é normalmente menos acentuado, quando comparado às dobras
da primeira fase.
Durante D2 houve ainda a formação
de padrões de interferência de dobras do tipo I ("domos
e bacias", Ramsay, 1967) entre as fases D2 e D1, apresentando orientações
de eixos ortogonais, e do tipo III ("dobra dobrada") entre D3
e D2 que foram observadas apenas na escala de mapa.
A lineação mineral L2 é
freqüentemente definida como paralela aos eixos de dobras D2, e a
foliação S2 possui uma intensa penetratividade, e
transpõe uma xistosidade anterior S1, paralela a sub-paralela a
So, definida principalmente nos xistos grossos do Grupo Andrelândia.
A foliação S2 é plano axial de dobras D2, e localmente
corta os dois flancos de dobras D1 obliqüamente ao plano axial, como
ocorre na encosta NW da Serra do Ibitipoca.
As características microscópicas
de S2 demonstram que a sua formação foi, ao menos em parte,
posterior ao crescimento de porfiroblastos de granada, estaurolita, cianita
e sillimanita.
FALHAS DE EMPURRÃO
A superfície de contato entre dos domínios
autóctone e alóctone, e contatos milonítizados que
afloram na base das Serras do Bandeirinha e Ibitipoca foram interpretadas
como resultantes de uma tectônica de empurrão, cujo transporte
tectônico foi de SSE para NNW.
Os elementos estruturais indicativos destes empurrões,
com uma componente ruptural e outra de cisalhamento dúctil, são
os seguintes:
1) A isógrada da sillimanita é
truncada pela superfície de empurrão, ao norte de Santa Rita
do Ibitipoca.
2) Lentes de granulito pertencentes ao embasamento,
ocorrem encaixados entre os metassedimentos. Seus contatos inferiores são
milonitizados.
3) Ocorrência de truncamentos bruscos de
unidades nos domínios autóctone e alóctone, gerando
pontos tríplices.
4) Ocorrência do gnaisse fino bandado no
domínio alóctone mostrando lineação de estiramento
acentuado, com caimento constante para SE.
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Outras observações podem ser enunciadas,
devido a sua estreita correlação aos empurrões da
área: vergência de dobras D2 assimétricas preferencial
para NNW, como resultado do transporte tectônico D2; estruturas "S-C"
caracterizando uma deformação do tipo não-coaxial,
ocorrem na Serra Grande; o bandamento gnáissico é transposto
para uma nova direção, concordante com o cisalhamento D2;
peixes de micas" observados no nível micáceo na base
da Serra do Ibitipoca e Bandeirinha, mostrando deslocamento da capa sobre
a lapa (sintético olhando para Oeste).
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COMENTÁRIOS SOBRE A FASE DE DEFORMAÇÃO
PRINCIPAL D2
Algumas observações colocadas à
seguir, sugerem a existência de uma "nappe" de dobra
(Hobbs et al., 1976) originadas a partir de dobramento recumbente de acordo
com as repetições lito-estratigráficas dos domínios
autóctone e alóctone: foliação de baixo ângulo
junto ao contato da superfície de empurrão, acompanhado pelo
aparecimento de dobramentos apertadíssimos, com planos axiais suaves
e lentes de embasamento subjacente, como ocorre na região NW da
área; constância na orientação da lineação
mineral L2 (mica branca), variando pouco, como ocorre na seqüência
de transição da Unidade I; inversão do grau metamórfico;.foliação
milonítica concordante com foliação principal S2.
Analisando-se todo o pacote do Grupo Andrelândia,
pode-se notar que em escala regional, a grande estrutura (dobra
assimétrica em "Z" olhando para SSE) pertence a fase D2,
tendo como reflexo, a inversão estratigráfica na área.
O contato entre o quartzito grosso da Serra do
Ibitipoca e a Unidade II, sotoposta a este, deve ser explicado exclusivamente
por falhamento de baixo ângulo.
Os padrões de interferência de dobras,
reconhecidos na área, possuem uma componente da segunda fase. O
padrão tipo 1 ("domos e baciais") ocorreu como efeito
de D1 e D2, que tem eixo e plano axial ortogonais. O padrão tipo
3 ("dobra dobrada") pode ser reconhecido na escala de mapa em
duas situações: se realmente a compressão máxima
(sigma 1) gerou um transporte tectônico na segunda fase deformacional,
de SSE para NNW, e as diferenças bruscas de competências entre
camadas predominantemente micáceas e quartzosas, gerariam empurrões
sucessivos, formando uma evolução de bacia em regime tectônico
compressivo com superfície de "decollement".
- ANTEPENÚLTIMA FASE DEFORMACIONAL D1
A principal estrutura observada nesta fase é
uma xistosidade S1 sub-paralela a paralela a So, observada tanto nas escalas
mesoscópica quanto microscópica.Está também
representada principalmente por dobramentos mesosópicas, e estruturas
planares definidas nas escalas meso e microscópicas.
Em áreas no sul de Minas Gerais como:
Serra da Fortaleza (Luminárias), Serra dos Cataguases (Santana do
Garambéu), ocorrem dobramentos fechados e isoclinal semelhantes
aqueles definidos na Serra do Bandeirinha à NNW da área de
Santa Rita do Ibitipoca. Microcisalhamento rúptil-dúctil
observado em estaurolitas pré-D2, demonstra que o cisalhamento ocorreu
em várias escalas.
Esta fase está representada em escala
macroscópica por dobramento isoclinal ou apertado, com plano
axial mergulhando para SSE, e eixo ortogonal à fase D2, que ocorre
na Serra do Bandeirinha. Outro elemento importante é a forte lineação
mineral L1 (mica branca) em quartzito micáceo intercalado com sillimanita
ou biotita xisto e gnaisse fino bandado, com caimento orientado persistentemente
para SE.Na escala mesoscópica ocorrem dobras fechadíssimas,
mostrando superfícies axiais sub-horizontais, com grande espessamento
apical, melhor definida na Serra do Ibitipoca, Morro Alto e Bandeirinha.
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A xistosidade S1 apresenta-se paralela
a sub-paralela ao acamamento sedimentar So, observada principalmente em
quartzitos grossos, que desenham as grandes serras da região, como
Morro Alto, Bandeirinha, Grande e Ibitipoca, devido a melhor preservação
do registro das deformações em rochas com comportamento competente.
S1 está caracterizada pela orientação de minerais
planares com mica branca e/ou biotita, e minerais opacos principalmente.
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COMENTÁRIOS SOBRE A FASE D1
Pela análise geométrica, padrões
de interferência de dobras, orientação dos elementos
planares e lineares, concluiu-se que os eixos e plano axial de dobras D1
e D2 foram ortogonais, e que com o desenvolvimento da deformação
D2 e cisalhamento, encontram-se paralelizados.
Devido à presença de dobramento
isoclinal, associado à superfície de empurrão, ocorrem
truncamentos abruptos de camadas, e conseqüentes repetições
de unidades basais xistosas, associadas às lentes de granulitos.
MODELAMENTO TECTÔNICO
DA "NAPPE" DE DOBRA DA REGIÃO DE IBITIPOCA
INTRODUÇÃO
Os experimentos realizados para modelar a estrutura
de Ibitipoca, foram divididos em dois sistemas "rígidos"
e dois sistemas "dúcteis", que geraram várias estruturas
complexas: falhas de empurrão, falhamentos menores (estruturas tipo
"relay"), zonas de cisalhamento, superfícies de "decollement",
padrões de interferência de dobras (tipo I e III), dobras
isoclinais e recumbentes, duplexes conjugados e estrutura tipo "cabeça-de-cobra".
Essas estruturas são semelhantes as que ocorrem na área estudada.
Foram realizados quatro experimentos em regime
tectônico compressivo, no qual, dois possuíam características
rúpteis e outros dois características dúcteis.A partir
de trabalhos de Hubbert (1937), Davy & Cobbold (1988), Carvalho (1989),
retirou-se dados específicos de parâmetros físicos
e químicos dos materiais que foram utilizados nos experimentos.
Nos quatro experimentos realizados, foram compostos
por campos de "stress" divididos em três etapas: a primeira
etapa corresponde à primeira fase deformacional D1, com compressão
de 29% SW, para NE; a segunda etapa corresponde à segunda fase deformacional
D2, e imprimiu compressão de 54% SE para NW; a terceira etapa, que
corresponde à terceira fase deformacional D3, com compressão
17% SW e SE (resultante final Sul para Norte).
Tabela 1.
Parâmetros físicos e químicos das Unidades do Grupo
Andrelândia
na região de Sta. Rita do Ibitipoca
- Lima Duarte, sul de Minas Gerais
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EXPERIMENTO 1 (velocidade 20 mm/h)
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EXPERIMENTO 2 (velocidade 10 mm/h)
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EXPERIMENTO 3 (velocidade 5 mm/h)
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EXPERIMENTO 4 (velocidade 10 mm/h)
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declividade basal: 3º
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declividade basal: 3º
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declividade basal: 3º
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declividade basal: 3º
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profundidade (cm):
0,42 - 1,44 - 0,69 - 0,39
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profundidade (cm):
0,2 - 0,7 - 0,25 - 0,25
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profundidade (cm):
0,3 - 1,2 - 0,57 - 0,3
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profundidade (cm):
1,0 - 1,2 - 0,6 - 0,3
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viscosidade (x 10 Pas): -
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viscosidade: -
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viscosidade: 2,3
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viscosidade: 2,0
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densidade (g.cm):
1,4 - 1,4 - 1,4 - 1,4
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densidade (g.cm):
1,4 - 1,4 - 1,4 - 1,4
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densidade (g.cm):
1,2 - 1,4 - 1,4 - 1,4
|
densidade (g.cm):
1,2 - 1,4 - 1,4 - 1,4
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coloração vermelha azul
verde roxa
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coloração verde azul branca
branca
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coloração laranja branca
azul verde
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coloração laranja branca
verde vermelha
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compressão (cm) Fase 1: 8 Fase
2: 15; Fase 3: 4,6 (20% do total)
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compressão : Fase 1: 6,4; Fase
2: 13,4; Fase 3: 1,6
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compressão: Fase 1: 6,4; Fase 2:
13,4; Fase 3: 1,6
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compressão : Fase 1: 6,4 cm Fase
2: 13,4 cm Fase 3: 1,6 cm
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UNID. AUTOC: 1 2 3
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UNID. AUTOC: 1 2 3
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UNID. AUTOC: 1 2 3
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UNID. AUTOC: 1 2 3
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Espessura Total: 2,94 cm 14%; 48%; 23%;
13%
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Espessura Total:
14%; 48%; 23%; 13%
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Embas.com ângulo de 42o (14%;
48%; 23%; 13%)
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Espessura Total:
14%; 48%; 23%; 13%
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Material: areia média (diâmetro
0,5 mm)
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Material: areia média (0,5 mm)
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Material: silicone e areia média
0,5 mm
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Material: silicone e areia média
(0,5 mm)
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A declividade da bacia
foi deduzida a partir de: dados colhidos a partir de descrições
em lâmina delgada, com definições de parageneses minerais
ao norte da área (estaurolita, sillimanita e/ou cianita) demonstrando
uma pressão aproximada de 6 Kb, temperatura de 550 graus Centígrados;
e ao sul, 7,5 Kb para 670 graus Centígrados aproximadamente, referente
ao início dos processos anateticos. |
Os melhores resultados obtidos nos quatro experimentos
(utilizando parâmetros da tabela 1), tiveram as seguintes características
principais: O experimento 2 formou empurrões sucessivos, originados
pelas compressões da primeira fase deformacional D1 (canto inferior
da fotografia), e segunda fase deformacional D2.
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O último empurrão formado pela
compressão de 50% mostra pequenos encurvamentos ao longo do seu
traço como resultado do baixo ângulo do falhamento. Essa fase,
após o final das compressões D1, D2 e D3, demonstra que,
mesmo considerando-se um comportamento rígido, as grandes superfícies
de empurrões seriam relacionadas às interfácies quartzosas
(areia branca) e gnáissicas (areia azul escura). Observar que à
direita da fotografia, ocorre o empurrão na base da dobra apertada
(correspondente à dobra recumbente da Serra do Ibitipoca).
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O modelamento 3 obteve os melhores resultados,
mostrando grande semelhança com os dados de campo da área
de Santa Rita do Ibitipoca - Lima Duarte. No ante-penúltimo corte
realizado no Experimento 3, mostra as seguintes estruturas: Falhamento
tipo empurrão (vide seta em "a") relacionado ao empurrão
entre os domínios autóctone e alóctone. O topo do
domínio autóctone (muscovita xisto - modelado em silicone),
é truncado e empurrado sobre a seqüência gnáissica
da base (em azul - letra "a"). Notar que o gnaisse fino bandado
(representado em azul), é truncado em apenas três locais:
na letra "a" como foi anteriormente citado; em "b"
que corresponde em campo à Serra do Ibitipoca, que mostra na sua
base, a formação de uma superfície de empurrão
(vide seta), e; em "c" que sugere falhamento de empurrão
com orientação contrária (vide seta).
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O ângulo das falhas apresentado é
proporcional à resistência do material, isto é, quanto
mais suave é o ângulo, mais atua um comportamento plástico
no material. Neste local, ocorre a interfácie xistosa (muscovita
xisto ou biotita xisto representada por pasta de silicone laranja) e gnáissica
(gnaisse fino bandado (areia azul escuro) observada nas letras "a,
b e c" (vide setas). Ao longo das superfícies de empurrões,
ocorrem os deslocamentos de camadas finas das unidades micáceas
do Grupo Andrelândia, representadas por silicone (com densidade menor
que as areias).
A fotografia (vista em planta) mostra a estruturação
final, após o término da compressão da segunda fase
deformacional D2. Ocorre uma grande semelhança entre o modelamento
final, e as estruturas definidas no campo.Ocorre a formação
de falhamentos menores, formando um ângulo de 20 graus com a compressão
máxima Sigma 1 (D2), que podem ser definidas como falhas do tipo
P (secundárias de Riedel - vide seta). A maior contribuição
deste modelamento refere-se à grande inflecção dos
"fronts" de empurrões sucessivos, e a orientação
das estruturas D1, observadas na parte inferior esquerda da fotografia.
Após a realização da análise geométrica
e confecção do mapa estrutural da área de Santa Rita
do Ibitipoca - Lima Duarte, constatou-se uma grande inflecção
na porção NW-W. A configuração das estruturas,
em mapa, corresponde exatamente aos resultados obtidos no Experimento 4.
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Alexis Rosa Nummer
Professor Msc Assistente da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro lotado no Instituto de Agronomia - Departamento
de Geociências, situada no Km 47 - Antiga estrada Rio - São
Paulo, Seropédica - Itaguaí - Rio de Janeiro - CEP: 28851-970
Tel: (021) 682 1650 Fax: (021) 682 1120 ou (021) 6821201. Durante o final
da decada de 80, realizou estudos com enfoques eminetementes estruturais
e lito-estratigráficos na região de Ibitipoca, que resultou
em sua tese de mestrado intitulada "Mapeamento Geológico Litoestrutural
e Tectônica Experimental do Grupo Andrelândia na Região
de Santa Rita do Ibitipoca - Lima Duarte, sul de Minas Gerais", perante
o Programa de Geologia Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Produziu e dirigiu o filme de vídeo: Geologia de Campo Na Serra
do Ibitipoca , sul de Minas Gerais, para alunos calouros do Curso de Geologia
da UFRRJ. Após alguns trabalhos realizados na região de Ibitipoca,
especializou-se em Ensino de Geociências, na Universidade de Campinas,
dentro do Programa da AEG, abordando tema A relação teórico-prática
e a visão espoacial nas diferentes escalas referente aos problemas
manifestados por seus alunos na área da aquisição
de visão espacial. Atualmente realiza curso de Pós- Graduação,
modalidade de Doutorado na Universidade de São Paulo, no Programa
de Geoquímica e Geotectônica, abordando tema de granitos em
zonas de cizalhamento dúcteis, ao longo do lineamento Paraíba
do Sul, no sudoeste do estado do Rio de Janeiro, que está próximo
ao limite sudeste da região de Ibitipoca.
Endereços para contato:
(021) 441.9831 (residência) - (021) 682.1650
(UFRRJ) - (011) 818.3941 (USP)
e-mail: nummer@ufrrj.br ou nummer@usp.br.
(profissional)
TRABALHOS PUBLICADOS NA REGIÃO:
- NUMMER,A.R. (1990) - Estratigrafia e estruturas
do Grupo Andrelândia na Região de Santa Rita do Ibitipoca
- Lima Duarte, sul de Minas Gerais. Anais do XXXVI Congresso Brasileiro
de Geologia, Natal : Vol.6, 2786 - 2797 pp.
- NUMMER, A.R. (1991) - Análise Estrutural
e estratigrafia do Grupo Andrelândia na Região de Santa Rita
do Ibitipoca-Lima Duarte, sul de Minas Gerais. Boletim de Resumos da II
Bienal de pesquisa da UFRRJ, Rio de Janeiro .
- NUMMER, A.R. (1991) - Modelamento de uma megaestrutura
do Grupo Andrelândia na Região de Santa Rita do Ibitipoca
- Lima Duarte. Anais da II Bienal de pesquisa da UFRRJ, Rio de Janeiro.
- NUMMER, A.R. (1992) - Modelamento de uma megaestrutura
do Grupo Andrelândia na região de Santa Rita do Ibitipoca-Lima
Duarte, sul de Minas Gerais .Anais do XXXVII Congresso Brasileiro de Geologia,
São Paulo, vol. 2.
- NUMMER, A.R. (1992) - Mapeamento geológico
litoestrutural e tectônica experimental do Grupo Andrelândia
na região de Santa Rita do Ibitipóca - Lima Duarte, sul de
Minas Gerais. Tese de Mestrado IG - Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Rio de Janeiro - 200p.